Tecnifisio Lagos – Fisioterapia Multidisciplinar

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Etapas de Desenvolvimento Motor

Young mother with baby

Etapas de Desenvolvimento Motor Desenvolvimento Motor. Os primeiros anos de vida desempenham um papel crucial no desenvolvimento e na aprendizagem das crianças. As diferentes etapas de desenvolvimento fornecem uma visão geral do que é esperado em termos de marcos motores em várias idades. Embora seja verdade que cada bebé tem seu próprio ritmo e pode divergir das idades típicas para cada etapa, é fundamental estarmos alerta para eventuais atrasos ou pulos em seu desenvolvimento. Isso nos permite fornecer o suporte necessário para garantir que nossos bebés tenham todas as ferramentas para um desenvolvimento saudável. Frequentemente, a incapacidade de um bebé alcançar uma determinada etapa de desenvolvimento está relacionada à falta de mobilidade em uma ou mais partes do seu corpo. Identificar essas necessidades precocemente é fundamental para que o bebé possa superar essas etapas e interagir de forma mais eficaz consigo mesmo e com o mundo ao seu redor. 0-3 meses – controlo cervical 3-6 meses – rolar 6-8 meses – sentar 8-10 meses – transições 10-12 meses – gatinhar 12-18 meses – andar Considerações gerais: Referencias: Med-U. (n.d.). Developmental Milestones: Birth to 5 years. Standford Medicine Magazine. https://med.stanford.edu/content/dam/sm/pediatricsclerkship/documents/5- Developmental-Milestones-MedU.pdf Paul H. Lipkin, MD, Michelle M. Macias, MD, Julie F. Pajek, PhD, Judith S. Shaw, EdD, MPH, RN, Karnesha Slaughter, MPH, Jane K. Squires, PhD, Toni M. Whitaker, MD, Lisa D. Wiggins, PhD, and Jennifer M. Zubler. (Last Reviewed: June 6 2023). Milestone Moments. Centers for Disease Control and Prevention. https://www.cdc.gov/ncbddd/actearly/pdf/booklets/Milestone-Moments- Booklet21_Eng_Sng_FNL-508.pdf Scharf, R. J., Scharf, G. J., & Stroustrup, A. (2016). Developmental Milestones. Pediatrics in Review, 37(1), 25–37; quiz 38, 47. https://doi.org/10.1542/pir.2014-0103

Síndrome do Intestino Irritável e Osteopatia

Epidemiologia e introdução O Síndrome de Intestino Irritável (SII) é uma doença crónica do tubo digestivo (intestino delgado e/ou cólon) que afeta 9,2% da população mundial. Pessoas com SII tendem a ter vários desarranjos funcionais e limitações da sua qualidade de vida. Apesar da sua prevalência, o mecanismo do SII não é totalmente compreendido, tendo uma origem multifatorial – alterações na motilidade, sensibilidade e imunidade gastrointestinal, alterações na relação neurológica cérebro-intestino e questões psicológicas (Collins et al., 2001; Florance et al., 2012; Müller et al., 2014). Sintomas O sintomas caracterizam-se por desconforto abdominal associado a alterações dos hábitos intestinais, tais como: diarreia, obstipação, aumento da frequência de defecação, urgência em defecar, sensação de defecação incompleta, dificuldade em defecar, fezes com aspeto anormal, passagem de muco, inchaço abdominal, gases (Müller et al., 2014, Volmer, 2018). Causas Parece que disfunções na interação sensório motora pode causar os sintomas do SII, sendo pouca a evidência que corrobore a teoria.  Fatores que afetam a função luminal do intestino como alimentação, inflamação e bactérias intestinais e stress psicológico aparentemente afetam a motilidade gastrointestinal e a sensibilidade visceral de indivíduos com SII (Müller et al., 2014). Diagnóstico O diagnóstico é realizado através de um questionário – Critérios de Roma IV (Defrees, & Bailey, 2017). Tratamento habitual A terapia convencional envolve o sistema nervoso motor, sensorial ou central gastrointestinal, e passa por prescrição de medicação e alteração da dieta, devendo a mesma ser acompanhada e prescrita por um Nutricionista (Hundscheid et al., 2007; Müller et al., 2014). Medicação prescrita: antiespasmódicos, antibióticos, laxantes, antidiarreicos ou antidepressivos (Müller et al., 2014). Dieta: rica em fibra, redução da lactose, agentes de volume. A dieta low FODMAPs também demonstra ser um componente eficaz do tratamento da SII (Hundscheid et al., 2007; Manning et al., 2020).  A osteopatia A osteopatia é uma abordagem complementar que considera o corpo como um todo, com especial foco no sistema musculoesquelético, sendo um dos princípios desta terapia a interrelação entre estrutura-função. Considera-se que quando o movimento e a mobilidade são desimpedidos nas estruturas e tecidos é promovida a saúde e a auto-regeneração do corpo (Hundscheid et al., 2007; Müller et al., 2014). Através de examinação palpatória e testes de mobilidade, o osteopata verifica se existem restrições de movimento e alterações na textura e tónus dos tecidos, que podem ser relevantes para os sintomas do paciente (Hundscheid et al., 2007; Müller et al., 2014). O tratamento consiste em movimentos suaves de alongamentos, mobilização e manipulação de tecidos e estruturas, podendo ser aplicado a várias áreas com corpo, incluindo os componentes musculoesquelético, visceral e sacrocraniano (Hundscheid et al., 2007; Müller et al., 2014). Evidência científica Um estudo randomizado de 2007 concluiu que a osteopatia é um complemento promissor no tratamento do SII, tendo 68% dos pacientes melhorado após a intervenção (Hundscheid et al., 2007). Um estudo randomizado de 2012 aplicou técnicas osteopáticas aos pacientes a cada 7 dias. Concluiu-se que o tratamento osteopático melhora a severidade dos sintomas de SII e o seu impacto na qualidade de vida, tendo melhorado os sintomas em 33,7% da sua severidade após a 1ª sessão, e 25,5% após a 2ª sessão. Houve alguma melhoria no estado psicológico, e a satisfação dos pacientes com os resultados foi de 70% (Florance et al., 2012). Uma revisão sistemática de 2014 conclui que a evidência da efetividade da osteopatia é ainda preliminar e mais estudos são necessários e com amostras maiores, apesar dos resultados aparentemente positivos no tratamento desta patologia (Müller, et al., 2014). Referências Collins, S. M., Piche, T., & Rampal, P. (2001). The putative role of inflammation in the irritable bowel syndrome. Gut, 49(6), 743–745. https://doi.org/10.1136/gut.49.6.743 Defrees, D. N., & Bailey, J. (2017). Irritable Bowel Syndrome. Primary Care, 44(4), 655–671. https://doi.org/10.1016/j.pop.2017.07.009 Florance, B.-M., Frin, G., Dainese, R., Nébot-Vivinus, M.-H., Marine Barjoan, E., Marjoux, S., Laurens, J.-P., Payrouse, J.-L., Hébuterne, X., & Piche, T. (2012). Osteopathy improves the severity of irritable bowel syndrome: A pilot randomized sham-controlled study. European Journal of Gastroenterology & Hepatology, 24(8), 944–949. https://doi.org/10.1097/meg.0b013e3283543eb7 Hundscheid, H. W. C., Pepels, M. J. A. E., Engels, L. G. J. B., & Loffeld, R. J. L. F. (2007). Treatment of irritable bowel syndrome with osteopathy: results of a randomized controlled pilot study. Journal of Gastroenterology and Hepatology, 22(9), 1394–1398. https://doi.org/10.1111/j.1440-1746.2006.04741.x Manning, L. P., Yao, C. K., & Biesiekierski, J. R. (2020). Therapy of IBS: Is a low FODMAP diet the answer? Frontiers in Psychiatry, 11, 865. https://doi.org/10.3389/fpsyt.2020.00865 Müller, A., Franke, H., Resch, K.-L., & Fryer, G. (2014). Effectiveness of osteopathic manipulative therapy for managing symptoms of irritable bowel syndrome: a systematic review. The Journal of the American Osteopathic Association, 114(6), 470–479. https://doi.org/10.7556/jaoa.2014.098 Volmer, M. (2018, January 26). Can osteopathy help IBS symptoms? Fatigue to Flourish. https://fatiguetoflourish.com/can-osteopathy-help-irritable-bowel-syndrome-ibs/

Dores de cabeça: Como a Osteopatia pode ajudar?

Woman Suffering Headache

A dor de cabeça é uma das condições mais prevalentes e condicionantes, sendo que cerca de 95% da população mundial já experienciou algum tipo de dor de cabeça em algum momento da sua vida. Existem dois grandes grupos que caracterizam as dores de cabeça de acordo com a sua origem: Sendo as dores de cabeça de origem primária as mais comuns na população. Inclusive, uma revisão sistemática recente demonstrou que a dor de cabeça cervicogénica tem uma prevalência de 52%, a enxaqueca de 14% e a dor de cabeça tensional de 26% (Stovner et al., 2022). Mas o que diferencia as diferentes dores de cabeça de origem primária? A OSTEOPATIA O tratamento osteopático é uma terapia manual não-farmacológica e não invasiva, com recurso apenas às mãos do profissional, com o objetivo de melhorar a função fisiológica e ajudar a restaurar a homeostasia do corpo, que pode estar alterada por uma disfunção somática. A consulta de osteopatia é formada por dois componentes – a examinação estrutural para chegar a um diagnóstico e o tratamento manipulativo. A identificação de disfunções somáticas baseia-se em alterações do tecido, como tensão muscular, ou na mobilidade de componentes somáticos. O tratamento pode ser realizado com uma grande variedade de técnicas, desde as técnicas miofasciais e articulares, até as músculo-energéticas e técnicas de impulso. É de notar que nem sempre as técnicas manipulativas estão associadas a técnicas de impulso (fazer estalar), tal como referido anteriormente. COMO A OSTEOPATIA PODE AJUDAR A osteopatia pode ter efeito sobre dois mecanismos: aumentar o tónus parassimpático e inibir a libertação de substância pró-inflamatórias. A dor de cabeça é associada a um desequilíbrio do sistema nervoso autónomo (dividido em sistema nervoso simpático e parassimpático), que tem como função regular o nosso estado emocional de fight or flight. O sistema nervoso simpático é responsável pelo nosso estado de alerta permitindo reagir rapidamente em situações de perigo, enquanto o sistema nervoso parassimpático permite que estejamos mais calmos e relaxados. O panorama ideal seria ambos estarem em equilíbrio. Quando o sistema nervoso simpático está predominante sobre o parassimpático, especificamente nos núcleos autonómicos responsáveis pela perceção da dor e dor prolongada, a dor de cabeça pode ocorrer. Um aumento do tónus do sistema nervoso simpático vai levar, portanto, a um aumento da tensão muscular e libertação de substâncias pró-inflamatórias que vão manter o quadro de dor. A osteopatia pode, neste caso, trabalhar a nível muscular e articular, e ainda ajudar a equilibrar o sistema nervoso autónomo, através de técnicas miofasciais e terapia sacro-craniana (Cerritelli et al., 2017). Referências Cerritelli, F., Lacorte, E., Ruffini, N., & Vanacore, N. (2017). Osteopathy for primary headache patients: a systematic review. Journal of Pain Research, 10, 601–611. https://doi.org/10.2147/JPR.S130501 Goodman, C. C. (2017). Differential diagnosis for physical therapists: Screening for referral (J. Heick & R. T. Lazaro, Eds.; 6th ed.). Saunders. Stovner, L. J., Hagen, K., Linde, M., & Steiner, T. J. (2022). The global prevalence of headache: an update, with analysis of the influences of methodological factors on prevalence estimates. The Journal of Headache and Pain, 23(1), 34. https://doi.org/10.1186/s10194-022-01402-2