Tecnifisio Lagos – Fisioterapia Multidisciplinar

Método Pilates: O início

Women doing pilates on the beach in lagos

Nos últimos tempos o pilates começou a ser mais conhecido e difundido pela população, adquirindo cada vez mais praticantes. Mas, na verdade, este é um método que já conta com mais de 100 anos de existência, criado por Joseph Hubertus Pilates nos anos 1920. A história Joseph Pilates nasceu em 1883, na Alemanha, mas infelizmente foi sempre uma criança doente, sofria de asma e de problemas do foro reumatológico, portanto dedicou toda a sua juventude à melhoria da sua condição física tornando-se num jovem muito ativo, que privilegiava prática de exercício físico ao ar livre, utilizando calções ou cuecas de forma a promover a síntese de vitamina D (proveniente do sol). Além de ter conhecimentos de musculação, yoga, artes marciais e ginástica, Joseph começou a estudar intensamente anatomia, física, biologia, fisiologia e medicina tradicional chinesa, que teve uma grande influencia no desenvolvimento do método de pilates. Em 1912 mudou-se para a Inglaterra, e passados dois anos, durante a 1ª Guerra Mundial, foi preso tendo estado num campo de internamento de presos de guerra na ilha Man, onde começou a desenvolver o seu plano de exercícios de pilates. Joseph começou por idealizar os exercícios com resistência através das molas de camas e colchões, que mais tarde deram origem aos equipamentos grandes de pilates como o cadilac e o reformer. Em 1929, juntamente com a sua esposa Anna Klara Zeuner, fundaram um estúdio em Nova York, perto da Broadway, que contou com vários praticantes bailarinos. Inicialmente a sua técnica era designada de contrologia, por utilizar a mente para controlar o corpo. Seguiu-se a publicação do seu primeiro livro, em 1934, “Your Health” e em 1945 o segundo livro de seu nome “Return to Live Through Contrology”. Na década de 60 o método tornou-se popular, sendo também conhecido fora de Nova York. Aos 83 anos, Joseph faleceu por complicações de saúde devido a um incendio no estúdio, mas a sua esposa continuou a levar o seu legado pelo mundo fora! Pilates nos dias de hoje… Constata-se que a população que originalmente começou a trabalhar com este método, nomeadamente bailarinos e ginastas, já não é o mesmo que procura a sua utilização no presente (ou pelo menos, não só). A população idosa, grávidas, crianças e principalmente pessoas com situações clínicas como dor lombar ou outras disfunções do foro músculo-esquelético, são grandes adeptos do Método Pilates. Assim sendo, surgiu a necessidade de modificar os exercícios, decompondo cada exercício em diferentes dificuldades, para que cada individuo possa iniciar a sua recuperação e aprendizagem em graus mais simples e ir evoluindo de acordo com as suas capacidades e melhorias. A essa modificação chamamos Pilates Clínico, para o qual acreditamos que a realização de uma avaliação individual inicial e periódica, por um fisioterapeuta especializado, é de extrema importância.

Dores de cabeça: Como a Osteopatia pode ajudar?

Woman Suffering Headache

A dor de cabeça é uma das condições mais prevalentes e condicionantes, sendo que cerca de 95% da população mundial já experienciou algum tipo de dor de cabeça em algum momento da sua vida. Existem dois grandes grupos que caracterizam as dores de cabeça de acordo com a sua origem: Sendo as dores de cabeça de origem primária as mais comuns na população. Inclusive, uma revisão sistemática recente demonstrou que a dor de cabeça cervicogénica tem uma prevalência de 52%, a enxaqueca de 14% e a dor de cabeça tensional de 26% (Stovner et al., 2022). Mas o que diferencia as diferentes dores de cabeça de origem primária? A OSTEOPATIA O tratamento osteopático é uma terapia manual não-farmacológica e não invasiva, com recurso apenas às mãos do profissional, com o objetivo de melhorar a função fisiológica e ajudar a restaurar a homeostasia do corpo, que pode estar alterada por uma disfunção somática. A consulta de osteopatia é formada por dois componentes – a examinação estrutural para chegar a um diagnóstico e o tratamento manipulativo. A identificação de disfunções somáticas baseia-se em alterações do tecido, como tensão muscular, ou na mobilidade de componentes somáticos. O tratamento pode ser realizado com uma grande variedade de técnicas, desde as técnicas miofasciais e articulares, até as músculo-energéticas e técnicas de impulso. É de notar que nem sempre as técnicas manipulativas estão associadas a técnicas de impulso (fazer estalar), tal como referido anteriormente. COMO A OSTEOPATIA PODE AJUDAR A osteopatia pode ter efeito sobre dois mecanismos: aumentar o tónus parassimpático e inibir a libertação de substância pró-inflamatórias. A dor de cabeça é associada a um desequilíbrio do sistema nervoso autónomo (dividido em sistema nervoso simpático e parassimpático), que tem como função regular o nosso estado emocional de fight or flight. O sistema nervoso simpático é responsável pelo nosso estado de alerta permitindo reagir rapidamente em situações de perigo, enquanto o sistema nervoso parassimpático permite que estejamos mais calmos e relaxados. O panorama ideal seria ambos estarem em equilíbrio. Quando o sistema nervoso simpático está predominante sobre o parassimpático, especificamente nos núcleos autonómicos responsáveis pela perceção da dor e dor prolongada, a dor de cabeça pode ocorrer. Um aumento do tónus do sistema nervoso simpático vai levar, portanto, a um aumento da tensão muscular e libertação de substâncias pró-inflamatórias que vão manter o quadro de dor. A osteopatia pode, neste caso, trabalhar a nível muscular e articular, e ainda ajudar a equilibrar o sistema nervoso autónomo, através de técnicas miofasciais e terapia sacro-craniana (Cerritelli et al., 2017). Referências Cerritelli, F., Lacorte, E., Ruffini, N., & Vanacore, N. (2017). Osteopathy for primary headache patients: a systematic review. Journal of Pain Research, 10, 601–611. https://doi.org/10.2147/JPR.S130501 Goodman, C. C. (2017). Differential diagnosis for physical therapists: Screening for referral (J. Heick & R. T. Lazaro, Eds.; 6th ed.). Saunders. Stovner, L. J., Hagen, K., Linde, M., & Steiner, T. J. (2022). The global prevalence of headache: an update, with analysis of the influences of methodological factors on prevalence estimates. The Journal of Headache and Pain, 23(1), 34. https://doi.org/10.1186/s10194-022-01402-2